31 out 2022

Propionato de cálcio: 3 pontos esclarecedores sobre o produto


Pão de forma mofado
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Um produto polêmico, o propionato de cálcio (INS 282) é um antimofo, um aditivo da classe dos conservantes como o propionato de sódio (INS 281) e sorbato de potássio (INS 202). Essa classe de aditivos não é muito querida fora e até mesmo dentro de algumas padarias e confeitarias por causa de alguns mitos. Hoje vamos esclarecer alguns pontos, assim você poderá incorporar um excelente recurso aos seus produtos e não se preocupar com o sabor ou a saúde dos seus clientes.

Faz mal consumir propionato de cálcio?

Primeiramente, a Anvisa é linha dura na regulamentação alimentar, então é óbvio que o órgão não aprovaria um produto insalubre. A RDC n° 45/2010, que trata dos aditivos alimentares autorizados para uso segundo as Boas Práticas de Fabricação (BPF), permite e regula o seu uso. Utilizando o limite máximo do conservante, que é a razão de 1 para 1000, (simplificando: 1g para cada 1kg de farinha), não haverá problemas, além disso as agências americana (FDA) e européia (EFSA) também aprovam o aditivo.

O gosto do pão fica ruim

Uma das principais queixas de quem usa o produto é que o pão fica ruim, com gosto de “química”. Isso só acontece quando a dosagem máxima permitida é excedida. Contudo, basta usar um bom produto para garantir a qualidade da sua produção. Aqui na Forte trabalhamos com o propionato de cálcio em pó, é só incorporar à massa. Da mesma forma que trabalhamos com conservantes, você sabia que também trabalhamos com melhoradores? Leia aqui a postagem sobre eles.

Aumento do tempo de prateleira

Aposto que você já foi ao mercado e ao pegar um pão de forma dentro do prazo de validade, bonito e fofinho, percebeu que tinha mofo em algum lugar. Ou pior: só percebeu ao abrir o pão em casa! Não adianta o seu produto ter um tempo de prateleira de 60 dias e só durar 7 porque embolorou. O pão ainda estragará depois do seu tempo normal, pois perderá suas características, mas mesmo estragado não haverá sinais de mofo ou bolor.

Caixa com 1kg de propionato de cálcio
Essa caixinha cabe 1kg de propionato de cálcio, o suficiente para 1 tonelada de farinha

Seja o propionato de cálcio ou outro aditivo, por vezes surgem notícias alertando sobre os supostos males desses ingredientes. Por outro lado, até algo essencial como a água pode te fazer mal se consumida em excesso. Chega de se sentir mal ao justificar o uso do produto! Se você precisa usar mais do que 1g por 1kg de farinha para o conservante ter efeito ou tem problemas com o sabor, agora você sabe como resolver este simples problema.

Você sabia destes pontos? Deixe um comentário falando sobre qual é o ponto mais importante. Aproveita e segue a gente no Facebook.

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Por Carlos Martins

Diretor comercial da Forte Dourado, ex-funcionário público que decidiu mudar de área para trabalhar com o que mais gosta: alimentação e seus assuntos. Graduando em engenharia de alimentos.

2 respostas para “Propionato de cálcio: 3 pontos esclarecedores sobre o produto”

  • Pedro Evandro Montini disse:

    Olá! Fiz um teste com propionato de cálcio na proporão 0,1g/100g numa receita de pão sem glúten e que leva sementes de chia e girassol, mas em apenas 5 dias ficou embolorado. Preciso produzir em escala industrial, mas esse conservante se mostrou insuficiente. Vocês poderiam me dar uma orientação?

  • Saudações, Pedro! Vários fatores podem causar o emboloramento dos pães, em alguns casos até mesmo com uma dosagem acima do máximo permitido. Se o local de armazenagem for úmido, o propionato não for puro (existem fraudes no mercado) ou você embalar o pão antes dele esfriar por completo, não tem jeito, vai embolorar. Espero ter ajudado!

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